Cunha diz que não há guerra nem trégua com oposição ou governo
Dilma volta a chamar tentativa de impeachment de golpe da oposição e
classifica processo como pedalada política. PSDB e DEM reagem.
A presidente Dilma Rousseff endureceu o discurso contra a oposição. Na terça-feira (13), num evento da Central Única dos Trabalhadores, ela disse que não há motivo jurídico ou material que justifique a saída da presidência e que qualquer tentativa nesse sentido é golpe de pessoas que ela chamou de moralistas sem moral.
“Vivemos uma crise política séria, séria, no nosso país. E que, neste exato momento, se expressa na tentativa dos opositores ao nosso governo de fazer o terceiro turno. O que antes era inconformismo, por terem perdido a eleição, agora transformou-se em um claro desejo de retrocesso político, de ruptura institucional. E isso tem nome, isso tem nome, isso é um golpismo escancarado. Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Pergunto, com toda a franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra? Quem?”, declarou a presidente.
Nesta quarta-feira (14), o dia de trabalho no Congresso mal tinha começado e a oposição já estava reagindo ao discurso da presidente.
“Não há porque aceitar qualquer carapuça que venha do Palácio do Planalto. Imagino que diante das circunstâncias, dos fatos já revelados, das ações de investigação em curso, não cabe à Presidência da República discutir moralidade. Creio que cabe à Presidência da República adotar providências para que a administração dos problemas existentes no país possa minimizar o drama vivido pela população brasileira nesse momento”, afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), líder da oposição.
“Não adianta imaginar que você vai superar o momento de crise política, de instabilidade política e ao mesmo tempo de crise moral atacando a oposição. A oposição não vai de forma alguma se curvar a essa tentativa de intimidação da presidente Dilma, que mais parece estar num palanque eleitoral do que propriamente exercendo sua função de chefe de governo e de estado brasileiro”, disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder do DEM.
Nesta quarta, a presidente voltou a chamar a tentativa de impeachment de golpe da oposição e classificou o processo como uma pedalada política.
“Eu acho também que não está certo é tentar chegar ao poder através de, vamos dizer assim, pedaladas políticas. Isso sim é pedalada. É chegar ao poder através de atalhos. Atalhos por quê? Porque eu sou uma presidente que eu tenho uma vida ilibada, não há acusação de nenhuma maneira contra mim”, disse.
Negociação com os dois lados
Na disputa entre governo e oposição no processo de impeachment, o presidente da Câmara,Eduardo Cunha, tem negociado com os dois lados. Nesta quarta, ele disse que não tem trégua nem guerra nesse assunto.
Os partidos de oposição querem saber qual o roteiro a ser seguido em um processo de impeachment. As regras anunciadas pelo presidente da Câmara foram suspensas na terça-feira (13) pelo Supremo. E o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou nesta quarta-feira que não cabe à Corte definir as regras que vão valer.
“O Supremo não estabelece rito. Ele apenas verifica se está em harmonia ou não o procedimento com o direito posto”, afirmou Marco Aurélio.
A referência que se tem é o roteiro adotado no processo de impeachment do ex-presidente Collor.
Eduardo Cunha segue convicto de que cabe a ele dizer sim ou não para os pedidos de impeachment. Ainda há três pedidos com ele e a oposição prepara mais um.
Eduardo Cunha tem sido paparicado pela oposição e pelo governo, que oferecem ajuda para que ele seja absolvido no processo de cassação do mandato no Conselho de Ética em troca de atitudes opostas. O governo quer que ele barre um eventual impeachment e a oposição quer acelerar o processo.
A conversa é permanente com oposicionistas, principalmente do PSDB e Democratas. E nesta quarta ele também esteve com vice-presidente, Michel Temer, que que voltou a dizer a Cunha que o governo deseja uma trégua. E ouviu de volta que, se não for bem tratado pelo governo, vai tomar a decisão mais rápido. Publicamente, Cunha diz que não há acordo nem atrito com governo ou oposição.
“Eu não tenho trégua porque não tenho guerra”, afirmou Eduardo Cunha.
Eduardo Cunha tem sido paparicado pela oposição e pelo governo, que oferecem ajuda para que ele seja absolvido no processo de cassação do mandato no Conselho de Ética em troca de atitudes opostas. O governo quer que ele barre um eventual impeachment e a oposição quer acelerar o processo.
A conversa é permanente com oposicionistas, principalmente do PSDB e Democratas. E nesta quarta ele também esteve com vice-presidente, Michel Temer, que que voltou a dizer a Cunha que o governo deseja uma trégua. E ouviu de volta que, se não for bem tratado pelo governo, vai tomar a decisão mais rápido. Publicamente, Cunha diz que não há acordo nem atrito com governo ou oposição.
“Eu não tenho trégua porque não tenho guerra”, afirmou Eduardo Cunha.
O presidente do Conselho de Ética disse que só pode abrir processo contra ele depois do dia 27, mas assume um discurso de que não vai dar privilégios.
“O presidente da Casa, ao chegar aqui, ele passa a ser apenas um deputado como outro qualquer”, disse o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), presidente do Conselho de Ética.
“O presidente da Casa, ao chegar aqui, ele passa a ser apenas um deputado como outro qualquer”, disse o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), presidente do Conselho de Ética.
Cunha deu de ombros: “Eu não tenho nenhuma preocupação, zero de preocupação”, afirmou.
Cunha tem mesmo aliados dispostos a brigar por ele: o deputado Ivan Valente, do PSOL, foi criticado quando propôs que Cunha fosse chamado para depor de novo na CPI da Petrobras.
“O deputado Eduardo Cunha mentiu à CPI, e mentir aqui é crime”, disse Ivan Valente.
“Ele, independentemente do que possa ter acontecido, não é um protagonista desse processo”, rebateu Carlos Marun, do PMDB-RS.
Cunha tem mesmo aliados dispostos a brigar por ele: o deputado Ivan Valente, do PSOL, foi criticado quando propôs que Cunha fosse chamado para depor de novo na CPI da Petrobras.
“O deputado Eduardo Cunha mentiu à CPI, e mentir aqui é crime”, disse Ivan Valente.
“Ele, independentemente do que possa ter acontecido, não é um protagonista desse processo”, rebateu Carlos Marun, do PMDB-RS.
FONTE: G1
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